segunda-feira, 16 de janeiro de 2006

O menino e a bicicleta

“Olho pro céu e vejo a pipa no ar,
Ela vai desenhando um sorriso pra mim.
Se vai cair ou se vai flutuar
Só o menino é quem diz.

Sonho em ser pipa voando no céu
Sonho em ser gente sonhando no chão,
Gente com pé de vento que venta
Que voa correndo no chão.

A pipa presa na mão do menino
Olhando pro céu
É desenho, sorriso,
E sonhos feitos de papel.”

(Nô Stopa e Maria Izilda)

Um dia de férias ensolarado, uma rua calma, os pais e o filho pequeno: todos juntos se divertindo.
O pequenino, com seus 4 ou 5 anos, está aprendendo a andar de bicicleta, ainda munido de rodinhas para que não caia, ele acompanha a caminhada de seus pais.
Essas duas pequenas rodas que com tanta coragem e um pouco de dificuldade o menino faz girar tornam para ele o mundo possível. A bicicleta não é só um brinquedo e nem um meio de locomoção, ela é um sonho, e o percurso de um quarteirão é o primeiro passo dessa criança para o infinito, é uma oportunidade de ser porque ela faz a vida acontecer.
No meio da caminho, o menino depara-se com uma pequena subida em virtude da calçada desnivelada, e o percurso calmo e divertido torna-se um obstáculo. Ele tenta subir: uma vez, duas vezes, três vezes, mas não consegue e então chora. Engana-se quem pensa que ele desistiu, ele só está gritando com o mundo, porque acabou de descobrir que ele ganhar algumas vezes não faz dele um vencedor eterno. Seu pai vem para ajudá-lo, levanta a bicicleta para colocar no plano de novo, mas o menino nega a ajuda dessa forma e pede que seu pai dê um empurrãozinho; então, lá estão eles, de volta à diversão e paz daquela tarde em família.

Hoje, o menino cresceu, sabe andar de bicicleta sem rodinhas, sabe subir e descer rampas, ele já não grita mais com o mundo e nem pede um empurrãozinho do pai, porque ele aprendeu que viver é assim mesmo: encontrar dificuldades e tentar ultrapassá-las, e são essas tentativas que fazem dele um vencedor.

O empurrãozinho do pai jamais aconteceu, mas o menino crê nele até hoje e por isso ele segue em frente.

terça-feira, 10 de janeiro de 2006

Balanço sem medida

Todo ano começa e termina igual para aqueles que estão de olho no calendário, mas 2.005 foi diferente: o calendário foi jogado fora, esquecido com prazer e deu lugar à vida.
Um ano, 365 dias, 8.760 horas, 525.600 minutos, 31.536.000 segundos: números convertidos em aprendizado, alegrias e tristezas, amizades, família e muitas lembranças inesquecíveis.
Ano de sons e silêncio, ano deles e nosso, ano de lógica, de fogo, de desesperados, de manhãs seguintes e de tudo.
Um 2.005 que começou parado, sem expectativas e com vida mansa, apenas faculdade e trabalho. Ele foi transformado em ano de sonhos, planos e desejos, e chegou no final como ano de realizações, de amor, de amigos e de alegria.

Como a vida é surpreendente e caminha de maneiras impensadas. O inesperado transforma-se em certo, em força, em segurança e o planejado sai de cena porque fora substituído sem perceber.
Esse ano não tem balanço com prós e contras, porque tudo foi bom, mesmo o que foi ruim.
Meu balanço fecha com um saldo muito positivo, o qual eu converto em agradecimentos e carinho.
Agradeço aos amigos de sempre e os de quase nunca que fazem parte de minha vida, agradeço a você Sami que me deu vida, agradeço ao G10 por ter me acolhido, agradeço aos caminhos tortos e ao mesmo tempo certos da vida.
Muito amor para todos e um 2.006 com saldo infinitamente positivo.