quinta-feira, 28 de abril de 2005

A lei da Física X a lei da Química

Relacionamentos, namoros, amizades, casamentos, ou até mesmo diversão são impulsionados por uma única coisa: a atração, seja ela de cunho físico, sentimental, amoroso, ou de interesses.
Sempre foi dito que os opostos se atraem. Pois então, isso não é bem verdade, com exceção do funcionamento dos campos magnéticos e imãs em si. Na vida real eles podem até se atrair, mas depois vai dar errado, e isso a Química explica...
Semelhante dissolve semelhante, ou seja, eles podem até não se atraírem, mas quando colocados juntos, não tem erro, se misturam e viram um só.
Quem ganha essa batalha? Com certeza a Química, afinal de contas, é o que se faz necessário para um relacionamento ir adiante. Portanto, você não tem que ser um imã para achar um par perfeito, e sim ser você mesmo e esperar se misturar.
P.S. Esse post é dedicado a um aluno meu, o Alessandro, que sempre traz algum conhecimento a essa relez mortal que vos fala, ou melhor, escreve.

terça-feira, 26 de abril de 2005

Fundo falso

(Élio Camalle)

"Dores de amores
Jazem dentro de envelopes
Grudado no tempo,
Pensamento com durepox.

Senhoras e senhores,
Todos colecionam motivos
São pétalas de flores
Esmagadas dentro de livros.

Sentimento preso com barbante,
Pacote deselegante
De ressentimento e pó
A nossa biografia vã
nas grades do ontem, do amanhã,
Colada aqui com esparadrapo.

Todo objeto de recordação
Num canto da casa um relicário
Uma caixa velha de papelão
No fundo falso do armário."

Todo coração tem fundo falso, e essa é a parte mais importante do coração...
Lá, estão guardados aqueles sentimentos valiosos, que jamais queremos perder, mas que ao mesmo tempo tem medo de serem revelados porque são verdadeiros tesouros e por isso deveriam se manter secretos.

Dentro do meu coração, lá no fundo falso, há um relicário enorme dedicado àqueles que amo, mas tem um lugarzinho que tem um pacote especial. Esse pacote está embrulhado com muito cuidado, talvez com um pouco de pó, porque está lá há uns 4 anos, mas sempre olho pra ele, penso em tirá-lo de lá, e acabo mudando de idéia. Talvez a função do relicário não deva ser mudada. Afinal de contas, ele só está lá para trazer lembranças e não para virar presente de novo.

domingo, 24 de abril de 2005

Presente, passado e futuro

Ainda saudosista, porém realista, volto a falar das coisas estranhas, absurdas, mas dessa vez, boas da vida.
Na maioria das vezes, lembramos do passado com aquele sentimento de que as coisas eram melhores do que agora, que queríamos voltar, e que tudo que ficou para trás foi perdido e agora o que restam são lembranças... Mas por que tem que ser assim? Aliás, por que acham que é assim, quando na verdade não é?
O passado vive no nosso presente e estará no nosso futuro, desde que você queira... As experiências são eternas, desde que você sempre lembre das lições que aprendeu; as paixões também são para sempre, desde que você continue a cultivar o amor; os amigos então, são dádivas, ultrapassam as barreiras do tempo e espaço, desde que você os mantenha com carinho dentro do coração. Sendo assim, você pode ter certeza que tudo que você viveu e lembra com saudades ainda são reais, ainda são palpáveis e ainda estão aí.
Digo isso porque sinto. Tudo que vive, me ensinou a ser o que sou hoje e o que ainda serei; todos e tudo que amei, ainda amo, mesmo que de forma diferente, porque ainda guardo o sentimento; aqueles que realmente são meus amigos, tenham sido há anos, há meses, ou ontem, ainda são, e serão sempre, porque estão em meu coração e mesmo que passe meses ou anos sem nos falarmos, quando nos vemos ou trocamos algumas palavras, essa distância parece nunca ter existido.

Ser saudosista, sempre! Deixar de viver, jamais! Que ambas as coisas se misturem, e a vida seja feita daquilo que foi, daquilo que é, e daquilo que um dia será.

quarta-feira, 20 de abril de 2005

Sei que nada sei

As semanas em que somos tomados por saudosismo são sempre as melhores e piores, e já faz algumas semanas que vivo assim: lembrando das histórias de meu avô e avó quando moravam em Paranapiacaba, de como eles se conheceram, viveram e um dia casaram. Lembro da minha infância, onde tudo parecia grande e divertido, onde qualquer inseto era algo novo, porque tudo era novo e desconhecido. Lembro da diversão descompromissada, das alegrias e gargalhadas sem o menor pudor. Tudo era lindo, mágico e eu era feliz. A minha única responsabilidade era a escola, que era uma festa, e o inglês, que também era uma alegria só, tudo parecia mais colorido na infância, era mais perfumado, mais quente... Mas esse tempo não volta mais e viver de passado não é opção.

De uns tempos para cá, tenho visto muitas pessoas jovens (com seus 21, 22 ou 23 anos) casando-se, constituindo família e tudo isso, e entro em desespero. Quando foi que eu cresci e não vi? Logo farei 20 anos, e me sinto só. Não me vejo casando, não me vejo tendo filhos, muito menos família. Só vejo alguém estudando, trabalhando e vivendo de um futuro que não chega, que só está no papel, nos pensamentos e sonhos. Será que deixei alguma oportunidade passar e agora é tarde?
Nunca gostei de casamentos, achava uma baboseira, aliás, sempre disse que ia ter amantes, cada um na sua e tudo bem; mas ultimamente "ando tão a flor da pele" que vejo um casal com um bebê recém-nascido e fico toda besta ou chorosa; se vejo um casal jovem de noivos, acho a coisa mais fofa, me emociono e me questiono se um dia terei isso também. Que coisa horrível!
Às vezes digo a mim mesma: recomponha-se, mulher! Deixe de ser melosa e mole e vá ser grande, vá trabalhar, estudar e crescer na vida! Mas de uns tempos pra cá, essas broncas particulares não ajudam, e continuo a me achar velha, perdida, sozinha e ficando pra tia, mesmo meu irmão não tendo filhos e nem pretender tê-los em breve.
Que coisa mais triste: estudar, dar duro, entrar na faculdade que tanto queria, estar trabalhando, e ainda assim infeliz, com um vazio que dá medo, que dá tristeza e que dá saudades de quando ele não estava aqui.

domingo, 10 de abril de 2005

Rebobinar e dar play

Dizem que a vida da gente é como um filme, e isso é bem verdade, tirando o fato que não temos um roteiro definido, e nem um diretor que ajude no desenrolar da história. Pior ainda, é que diferente da fita, ou do DVD, não podemos rebobinar e dar play a partir da parte que queremos assistir e vivenciar. Mas hoje, era só isso que eu queria poder fazer...
Sei que errar, e arrepender-se são ótimas formas de aprender, e então tentar consertar numa próxima vez, mas tem certas coisas na vida que não há uma segunda chance, e tentar criá-la seria sacanagem. E hoje me arrependo, sei que errei, e já não é a primeira vez que tenho esse sentimento, mas também não sei como dizê-lo a quem deveria ouvir.
Tudo que eu queria era poder rebobinar o filme da minha vida, voltar a minha época de colegial, ao meu 2º ano e fazer tudo diferente. Dar play a partir daquele determinado dia e mudar o roteiro.
Pode até ser que o final do filme fosse o mesmo, mas pode ser que não. Pode ser que eu ainda seja capaz de mudar o final sem voltar o filme, mas com certeza seria mais fácil se eu pudesse simplesmente estar lá naquele momento de novo e dar uma resposta diferente, dar a resposta que naquela época já queria mas não tive coragem de dizer, parece que o medo está sempre presente e impedindo a vida da gente, mas o problema é que o medo de perder uma amizade na época de colegial é muito grande, não conseguia me arriscar tanto; e hoje, que tenho coragem de me arriscar, tenho outro medo: o de magoar alguém de quem gosto e sempre fui sincera, contando algo que escondi.
Então, por enquanto, deixo o filme rodar, mesmo sem roteiro, e ainda com os mesmos erros, e se eu conseguir mudar sem ter que voltar: perfeito, porque rebobinar e dar play é algo que será impossível de fazer.

sábado, 9 de abril de 2005

Tiro ao alvo

"A nossa maior fraqueza reside em que temos a tendência a abandonar. A maneira mais segura de conseguir os objetivos é sempre tentar uma vez mais." (Thomas A. Edison)

Há momentos na vida em que tudo parece dar errado e pensamos em desistir, afinal de contas, nos sentimos cansados, e a ausência de resultados pode ser muito desanimadora. Contudo, abandonar qualquer projeto, sonho ou objetivo, por menor que seja, não só é uma fraqueza, mas também um impedimento para que a vida progrida.
Para que o Universo conspire a seu favor, é necessário que você queira algo com vontade, mas também não adianta esperar cair do céu, porque quem espera, quase sempre cansa. É preciso correr atrás, dar a cara ao tapa, mesmo que seja para cair, ou apanhar.
Essa fraqueza em desistir também me parece uma atitude meio preguiçosa, porque qualquer objetivo só é alcançado se durante o caminho houver esforço. Mas também, se tudo fosse fácil, a vida não teria a menor graça.
Passamos a vida toda jogando tiro ao alvo, mas só depende de nós acertar no centro ou não. Tudo depende de treino, de força de vontade, e de sempre tentar mais uma vez. Arriscar-se é tudo, e paga muito a pena esse jogo, mesmo que seja para perder, porque uma derrota honrada é MUITAS vezes melhor que uma vitória trapaceada.

terça-feira, 5 de abril de 2005

Todos somos dois

Muitas pessoas acreditam em mudanças, em dar uma segunda chance; a maioria pensa que se der a oportunidade da pessoa mudar, isso irá acontecer. Mas de uns tempos para cá, começo a achar que isso não existe.
O real é que todas as pessoas são duas (não falo de dupla personalidade ou de qualquer coisa psicologicamente complicada). Há duas pessoas em uma só: a que é exteriorizada e o mundo conhece, e aquela que só o próprio ser conhece e guarda para si, seja por medo, por timidez ou por mero mistério (porque acha que isso é um charme).
Seguindo isso, confesso: existem duas Annas. A que o mundo inteiro conhece - a CDF, estudiosa, politicamente correta, responsável, com cara e alma de santa - e a Anna que vive guardada - espontânea, com vontade de ser feliz e às vezes ser diabinha, meio desencanada. Porém, manter ambas vivas é bem difícil, porque uma acaba tomando conta da outra. Então, um dia, decidi mostrar a Anna misteriosa ao mundo, e foi ótimo, depois de causar um choque, que até foi bem divertido, mas hoje não é mais.
A Anna misteriosa, que é a verdadeira, anda me causando problemas, preocupações e o que era para ser libertador e divertido virou mais uma encanação, então decidi me tornar a Anna "santa" novamente, levar aquela vida rotineira onde tudo funcionava, nada representava perigo, e assim as coisas caminhavam.
Contudo, minha maior vontade é ser uma só...