sexta-feira, 23 de dezembro de 2005

Tudo faz pensar

Dizem que se o ser humano parar de pensar, ele morre; pois então, eu acho que os cientistas deveriam arranjar um jeito de colocar o cérebro num modo de espera, "stand by" ou qualquer coisa do gênero.
Essa semana estou péssima: tudo me faz pensar, nada passa por mim sem me deixar em estado crítico, com idéias a mil.
As notícias de jornal me fazem pensar, minha mãe me faz pensar, minha vida me faz pensar, e são tantos pensamentos que às vezes tenho a sensação que deixo de aproveitar porque penso demais! Como é que se faz para o cérebro tirar férias?
O problema maior não é o pensar em si, mas a causa do pensamento: a maioria deles surgem porque alguém ou algo tenta decidir minha vida, mas essa causa não sou eu, e nem com quem eu decidi dividir minha vivência.
Será pedir demais que me deixem em paz? Que tenham apenas opiniões sobre mim, e não interferência? Tô cansada, quero viver do meu jeito, e quem não gostar, bem, que não goste, mas aceite.
Sei que pode ser uma fase, ou apenas uma semana em que o mau humor me pegou desprevinida, mas que seria bom as pessoas pensarem sobre suas vidas ao invés de atrapalhar a dos outros, isso seria!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2005

Natal existe? Quando é o ano novo?

Todo ano nos preparamos para as festas de final de ano: é aquela correria por causa dos preparativos do Natal e, uma semana depois, ela é repetida para a noite da passagem de ano.
Mulheres na cozinha preparando a ceia, homens ajudando a organizar os móveis para caber todo mundo em casa, crianças rindo e se divertindo porque tudo é motivo de festa ou simplesmente porque são crianças.
O Natal chega, as pessoas trocam presentes e, depois da festa, tudo volta ao normal. Na outra semana, chega novamente a festa com muita alegria e comemoração; o ano velho vai embora, o ano novo chega e então tudo continua a caminhar como nos dias anteriores às festas.

Agora eu me pergunto: será que o Natal realmente aconteceu? Será que o ano novo chegou?

O Natal acontece para poucos porque é uma minoria que entende tal data: de nada adianta festa, reunião de pessoas e troca de presentes, se não houver troca de amor, de abraços e principalmente se não acreditarmos naquilo que é o motivo da celebração.
O Natal com certeza acontece para as crianças de corações puros: aquelas pequenas que acreditam que Papai Noel existe (sim, o bom velhinho mora no pólo norte e dá pra chegar lá de trem), que dormem felizes na noite do dia 24 para o dia 25 esperando que na manhã de Natal o presente esteja embaixo da árvore. Esses seres pequenos têm coração enorme e sabem o valor da vida, da alegria, e do carinho; para eles, o velhinho de barba branca, roupas vermelhas e que tem um trenó com renas mágicas é quem dá, além das coisas materiais, alegria.
Esse mesmo Natal existe para alguns adultos (que estão em número BEM pequeno) e são aqueles que até hoje ouvem os sininhos.

Já o ano novo chega para todos, mas ao mesmo tempo para ninguém. Ele chega de maneira formalizada no dia 1º de janeiro de cada ano, mas e de maneira real?
A realidade de cada um é diferente, e nem sempre a mudança de data no calendário significa mudança de estágio na vida. E se jogássemos o calendário fora? Por algum acaso haveria essa festa?
Não estou aqui condenando festas, muito pelo contrário, elas são muito necessárias, mas desde que tenham uma razão de ser.
Meu ano novo chega sempre, mas em datas diferentes, e às vezes, até mais de uma vez no mesmo ano. O ano novo chega para quem coloca o mundo em movimento, chega para aqueles que fazem a vida caminhar, e isso não é só em relação a coisas próprias, e sim em relação ao outro, ou melhor, aos outros.

Acredite que o Natal é hoje, e ele será sempre.
O ano novo pode ser hoje, amanhã ou quando você quiser, basta fazer acontecer.