sexta-feira, 26 de agosto de 2005

Confissão

"Me diz porque será
Que a gente cruza o rio atrás de água
E diz que não está nem aí?
Finge que não está nem aí?"
(Engenheiros do Havaí – 10.000 destinos)

Tampar o sol com a peneira; fantasiar-se para si mesmo, esconder-se dentro do seu próprio mundo; brigar consigo mesmo quase todos os dias e não se deixar vencer: essa é a “rotina” de todo homem, mas demoramos para aceitá-la e enquanto não o fazemos, sentimos que vivemos sozinhos, porque todos são uma farsa.
E então me pergunto: por que será que fazemos isso? Seria medo? Seria descrença? Ou seria uma necessidade de nos sentirmos "seguros"?

A cada dia que passa, percebo mais e mais que me engano, mas ultimamente já não acredito nas mentiras que conto a mim mesma, e então o mundo parece desabar... Contudo, cada pedaço que cai é um espaço por onde entra uma luz, um som, uma pessoa, uma vida, isso tudo porque as paredes que caem e se destroem são paredes que me separam do mundo, que me separam da alegria e da tristeza, que me separam de tudo e de todos.

Não quero mais fingir que sou independente, e nem dizer que não me importo em estar só, porque eu me importo com isso, e sei que se não olhar para as oportunidades que aparecem, eu posso cruzar inúmeros rios e ainda assim morrer de sede.
O que eu quero mesmo é ser feliz e fazer alguém feliz! Eu quero amar intensamente e incondicionalmente, mas também quero ser amada, ter alguém com quem compartilhar minha vida! E eu quero casar, ter filhos, constituir família e cuidar de todos a quem acolhi e me acolheram! Quero poder trabalhar e ser útil ao mundo, mas quero ter a oportunidade de passar muito tempo de minha vida com aqueles que amo!
Eu quero viver! E você, o que quer? Pode confessar...

segunda-feira, 22 de agosto de 2005

Ser livre

A idéia de liberdade atravessa os tempos e sempre parece ser almejada e dificilmente alcançada (até cheguei a pensar no uso da palavra nunca, mas seria forte demais, até porque quero acreditar no que virá depois, e quero que você também acredite).
Seríamos nós livres? Será possível a liberdade?

Aprendemos a liberdade por meio de negações, porque para nós, ser livre é não ser impedido, e não ser impedido é exercer sua vontade, ou seja, a liberdade é definida por limites e esses limites são criados por um conceito de território. Porém isso tudo parece muito incoerente para mim, afinal de contas, nós somos livres quando aceitamos os limites? É muito complexo e provavelmente mais uma questão sem resposta, e mesmo assim eu tento responder...
Há quem diga que a liberdade é uma idéia puramente física, e ela significa a ausência de obstáculos; então para eu ser livre eu teria que me transformar num corpo eternamente em queda livre?
Não, nada disso, minha resposta é mais “simples”: só o amor liberta.
Ser livre nessa vida só depende de uma coisa: amor. Só o amor ultrapassa todos os obstáculos, porque só ele nos ausenta de todos os muros, grades, pedras e o que quer que apareça no caminho. Logo, quando amamos, não possuímos limites, e não porque eles não existem, e sim porque eles já foram deixados para traz.

* este post é uma continuação do post do dia 29 de julho (“Fazendo sentido”) para entendê-lo, leia ambos.