quarta-feira, 26 de outubro de 2005

A vida (como um todo)

Não pretendo, e nem desejo falar da minha vida num sentido possessivo, egoísta e único, porque creio que não exista tal pronome possessivo para acompanhar um substantivo como esse.

A vida de cada um só é possível porque existe a de outro. As vidas estão entrelaçadas, amarradas, emaranhadas e completamente conectadas: viver nada mais é do que relacionar-se, estar em contato com o mundo e deixar que o mundo comunique-se com você.
Em meio a tantas ligações, muitas tornam-se constantes, a ponto de tornarem-se pontes (ligações diretas), e permitem que vidas que eram sozinhas e desligadas transformem-se em vidas vivas, unidas e acesas.
Constroem-se pontes quando nascemos, fazemos amigos, vivenciamos o amor de nossa vida, estudamos e trabalhamos naquilo em que gostamos... Para resumir: há pontes quando há família; o que dá à família um caráter bem mais amplo do que o de costume.

Família não é ter o mesmo sangue, o mesmo sobrenome ou parentes em comum. Família é ter o mesmo coração, dividir alegrias, tristezas, ser companheiro. Família é adicionar pessoas a um círculo de proteção simplesmente porque se ama, porque se quer estar junto, porque se deseja fazer feliz quem está em volta.

segunda-feira, 10 de outubro de 2005

Despertar

"Ainda que eu falasse a língua do homens,
E falasse a língua do anjos, sem amor eu nada seria.

É só o amor, é só o amor.
Que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal.
Não sente inveja ou se envaidece.

O amor é o fogo que arde sem se ver.
É ferida que dói e não se sente.
É um contentamento descontente.

É dor que desatina sem doer.

Ainda que eu falasse a língua dos homens,
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria.

É um não querer mais que bem querer.
É solitário andar por entre a gente.
É um não contentar-se de contente.
É cuidar que se ganha em se perder.

É um estar-se preso por vontade.
É servir a quem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata a lealdade.
Tão contrário a si é o mesmo amor.

Estou acordado e todos dormem, todos dormem, todos dormem.
Agora vejo em parte, mas então veremos face a face.

É só o amor, é só o amor.
Que conhece o que é verdade.

Ainda que eu falasse a língua dos homens.
E falasse a língua do anjos, sem amor eu nada seria."

(Monte Castelo - Renato Russo)

Foi o sol quem me acordou ou foi você? Será que o sol e você sempre estiveram ali e eu não vi, ou será que eu só não tinha aberto os olhos?
Não sei bem quem foi que começou, e nem sei se dá pra saber... Você me olhou, mas eu também te olhei, eu quis falar com você, mas você também quis falar comigo, e tudo se resolveu por encontro de vontades. Sim, porque elas se encontraram antes de nós, e foram elas quem nos despertaram.
Querer foi poder, e é cada vez mais...

Falar com o coração, deixar-se ser sem se preocupar. Ser o que somos, ser transparente... Com você foi assim. Eu aprendi que ser verdadeiro é bonito, porque só assim se ama; eu entendi que estar em casa independe do lugar e sim do sentimento; eu descobri que me dou e sempre saio ganhando. Vamos resumir: eu tenho o prazer de conhecer o mundo todos os dias porque você é o mundo e foi você quem me cativou, uma simples rosa que lhe pede todos os dias para ocupar um espaço em suas terras e que deseja embelezar sua vida para sempre.

terça-feira, 4 de outubro de 2005

História de nós dois

A história “começa” como tantas outras: um dia qualquer, um lugar qualquer, pessoas quaisquer... Exceto que nada era qualquer, mas eu não sabia...

Saí de casa numa sexta-feira à noite para ir à festa de aniversário de um amigo muito especial, e “só”. Seriam alguns momentos de total timidez, porque fui sem conhecer “ninguém”, um pouco de conversa, descontração, diversão, sem compromisso, e pronto!
Mas não foi nada disso que aconteceu...
Era dia 8 de julho, fazia frio, chovia, eu estava em férias. Os momentos de timidez passaram voando, assim como as horas de conversa e diversão. A festa acabou, alguns números de telefone foram trocados e cada um seguiu a sua “vida”, mas já não seguiu como antes, porque algo que não levei comigo, voltou em mim, e eu não sabia o que era.
Vim entender algum tempo depois, mais precisamente a partir do dia 18 de julho.
Agora, as pessoas já não eram mais quaisquer e o lugar era inusitado.
Tudo aconteceu ali, pela internet, onde eu não via a cara dele e nem ele a minha, eu não sabia suas reações e nem ele as minhas, e mesmo assim nos entendemos. Filosofias se seguiram por horas, dias, mês e esse lugar foi trocado por vários: shopping, parque, balada, café...
O dia 18 virou 30, o mês mudou, o mês passou e setembro chegou. Mais especificamente, o dia 3 de setembro.
Tudo tinha deixado de ser acaso e passava a ser importante, surpreendente, interessante, animador, assustador, alegre - o tudo se tornou único e possível. Nesse dia, eu saí com destino certo, pessoa certa, idéias certas, sentimentos certos; tudo era certo, só faltava confirmar, e ele confirmou (e como confirmou!)
A vida que era qualquer, não é mais. Ela é única, é vida com letras maiúsculas, vivida segundo por segundo, aproveitada de todas as formas, comemorada a todo tempo e da única maneira possível: com amor, também com letras maiúsculas.

* Sami: ontem completamos um mês de namoro, o que, para mim, representou um mês de vida. Espero poder dividi-la com você para sempre, porque hoje eu entendo que na matemática da vida, quando dividimos, as coisas aumentam. TE AMO! OBRIGADO POR EXISTIR!)